
Solitário no dáblio
O crítico e o poeta enontraram-se na porta da Academia. Poeta menor, disse o primeiro. Medíocre, disse o segundo.
Olhei pela fechadura e vi meu pai em cima de minha mãe. Senti tanto ódio dele que corri para o banheiro e me masturbei demoradamente, aos prantos, até ver murchar a haste do desejo.
Lili vive no mundo do Faz-de-contas... Faz de conta que isto é um avião. Zzzzuuu... Depois aterrisou em piquê e virou trem. Tuc tuc tuc tuc... Entrou pelo túnel, chispando. Mas debaixo da mesa havia bandidos. Pum! Pum! Pum! O trem descarrilou. E o mocinho? Onde é que está o mocinho? Meu Deus! Onde é que está o mocinho?! No auge da confusão, levaram Lili para a cama, à força. E o trem ficou tristemente derribado no chão, fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha.
ter sido diferente, mas não foi. Desiludida, resolveu acabar com a vida. Foi até a farmácia para ver se comprava algum veneno. Mas o balconista tinha olhos verdes e era solteiro. Olharam-se, riram um para o outro, ela perguntou se não tinha aspirina. Marcaram encontro para aquela mesma noite.




-------------------------------------------___________----------------Salvador Dali
NA ILHA DESERTA
Naquela fria manhã austríaca, o pequeno Adolf aprazia-se escutando o crepitar dos corpos das formigas ao aproximá-los, em um pequeno galho, da chama de uma vela. Não se importava com as espécies inferiores.



Edson Rossatto - editor (Andross) - é autor do livro de microcontos Curta-metragem (amostra acima) e Mansão Klaus e outras histórias.



