terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Jornal O Lince - Reinações no Reino da Palavra


Edição de dezembro. Confira.
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Grafias
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Amável cachorro: simpaticão.
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Edgar Allan Poë foi à Disneylândia.
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Vai, idade ingrata! Traga-me os anos perdidos...
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Roubou a cedilha da força e obteve a forca.
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Gastou a vista. Os óculos foram pagos à prestação.
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Em terra de olho quem tem um cego... Errei!
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Aquela dor no peito, quem dera fosse poesia... Mas era crônica.
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Chovia no silêncio. Salvo a letra “e”, todas as outras se molharam.
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Para o Zé Povinho, Fernando Pessoa é simplesmente um João Ninguém.
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Quando Levi tá “alto”, sente-se mais leve: levita alto. Quanto Levi tá são, não há levitação.
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Dona Gramática passou por uma Secretaria e deixou um acento.
A Secretária agradeceu.
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Para o AMOR é fácil ir a ROMA. Basta virar-se do avesso.
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Achou um par de luvas no porta-luvas do carro.
Ficou intrigado. O que aquelas luvas faziam ali?
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OXIL nunca havia se visto no espelho.
Quando se viu, achou-se um LIXO.
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Ivo despencou do oitavo andar.
Milagre! Ele ainda está v... Ivo?!
Estava.
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O saltimbanco cedeu à voz de sua má consciência:
– Assalte um banco!
O público que nunca teve encontrou na cadeia.
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A verdadeira marca dos cigarros
Sousua Cruz.
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Caçada de honra
E tu, barão: onde és conde?
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Ironia naval
Guerra no Pacífico.
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

EUNUCOMONINGUÉM

Quarenta mulheres. Algumas sensualmente vestidas, outras completamente nuas. Descontraídas, conversavam, banhavam-se, maquiavam-se, perfumavam-se, enquanto ele, único homem presente, observava-as com melancolia.
Naquele harém, sentia-se como lobo em meio a um rebanho de ovelhas.
Um lobo banguela, na verdade. Ele também não podia comê-las.


[w.G.]+Simplicíssimo
img.: by Giulio Rosati

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O TREM DA MEIA-NOITE


A placa alertava: PARE OLHE ESCUTE.
O pedestre obedeceu. Parou, olhou e escutou.
E, confiante, avançou, pois nada viu ou ouviu.
No entanto, ao atravessar os trilhos, foi pego de surpresa por um trem saído da escuridão a toda velocidade.
O comboio tornou a mergulhar nas trevas.
A bordo ia mais um passageiro.


EÇA É BOA


Em dias assim kafka eu a pensar: kundera eu fosse um grande escritor, capaz de escrever obras-primas camus estas... Poe certo eu não estaria aqui, camões doendo de tanto empilhar livros. Eu, homero bibliotecário.
[w.G.]+Recantos