quinta-feira, 21 de agosto de 2008

BORBOLETA DE PAPEL


Comemorávamos o aniversário da minha sogra em uma pizzaria. Reunidos em torno da mesa, estávamos eu, minha noiva, os pais dela e o irmão, que se fazia acompanhado de sua esposa e do casal de filhos pequenos.
Em determinado momento, como o papo geral não me interessasse mais, voltei minha atenção para o filho do meu cunhado (à época, um menino de aproximadamente três anos).

Para entretê-lo, peguei um guardanapo de papel, dobrei-o em forma de triângulo e o prendi entre os dedos, deixando-lhe as pontas livres. Desse modo, o indicador segurava-o por cima, enquanto por baixo apoiavam os dedos médio e anular.

Ao balançar a mão, fiz com que o guardanapo adejasse as duas extremidades, batendo-as igual às asas de uma borboleta. [...] + clique.


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e-book da Angela

terça-feira, 12 de agosto de 2008

A ESPERA

Ao sentar-se no sofá, quase derrama o café. Já é a terceira xícara. Censura-se por tomar café demais. Cafeína em excesso faz mal, vicia, quem não sabe? Ainda bem que não fuma, um mal a menos. Olha o relógio: passaram-se apenas quinze minutos. Não seria meia hora? Não: quinze minutos, exatos quinze minutos. Revolta-se, mas se consola: às duas da tarde até o tempo parece pachorrento. Também com esse calor... Deita-se. Dá uma espreguiçada gostosa, procura relaxar, o olhar fito no teto. Na cabeça os pensamentos giram em torno do mesmo tema. Por que a demora? O que terá acontecido? Desvia então os olhos para o telefone [...] + clique.
[w.G.] + Grafias (Jornal O Lince)
img.: Salvador Dali.