sexta-feira, 12 de novembro de 2010
MÃE SOLTEIRA
Pôs a filha para fora de casa.
– Grávida? Aqui não!
A justificativa:
– Sempre avisei que nesta casa não teria lugar para outra mãe solteira.
A adolescente sumiu por uns dias. Pouco depois, a mãe a recebeu de volta, futuro e pulsos cortados.
Na barriga da filha, a neta embrionária, ambas veladas ao centro da sala.
Comentavam o suicídio parentes e vizinhos, quando a mãe da adolescente surgiu do quarto com um bebê no colo.
– Minha netinha.
Trazia um sorriso apalermado, os olhos boiando em lágrimas.
– Minha netinha – repetia, enquanto embalava nos braços a boneca que jamais dera à filha.
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gORj
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4 comentários:
Puxa, este está d'OR-j!
muito bom Wilson, tragédias costumam dar bons contos.
Wow...
Gostei bastante da forma como desenrolaste a história, curta e elegantemente.
Seguindo!
Jefferson de Morais.
Angela,
Gostei do "d'OR-j!". De fato, é um miniconto onde há d'OR. Pelo visto meu forte é mesmo este: o trágico e o cômico (ou o tragicômico).
Seus comentários já fazem parte d'O Muro.
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Jefferson,
Seja bem-vindo ao nosso muro. Apareça sempre.
Abraços.
W.G.
Nó na garganta.
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