sábado, 29 de agosto de 2009

PAREM

Levou à orelha o búzio encontrado na praia deserta. Custou a crer no que ouvia: em vez de marulho, o barulho de buzinas, agravado pelo ronco de motores. Ainda não havia reparado no mar. Ondas oleosas tingiam de luto a areia, sobre a qual depositavam peixes mortos e criaturas agonizantes. A brisa fedia a gasolina. No céu, brilhava o sol. Vermelho como a luz de um semáforo.

[wgorj]

2 comentários:

Angela disse...

Muito bom, gostei muito mesmo!
do conto, nem um pouco deste futuro próximo.

Parreira disse...

Muito bons os seus minicontos. Você domina a técnica.


Abs. do

PARREIRA