by René Margritte
Quando pela manhã me olhei no espelho, não pude evitar o espanto.
Aquele não era eu!
Um rosto bem mais moço e muito mais bonito ocupava o lugar das minhas antigas feições.
Com minha cara nova, sai de casa confiante, certo de que a partir dali teria as mulheres que sempre quisera. Uma nova vida se oferecia para mim.
Mas ele apareceu no meu caminho. Ele: o rosto que deixara de ser meu. Aquele rosto decrépito e feio.
Tive pena do homem que o vergava.
Pena e temor. Se ele me visse, sabe-se lá como seria a sua reação. O que faria ao me reconhecer, quer dizer, ao se reconhecer em mim?
Não esperei para saber. Fugi antes de ser visto.
Os presentes que a vida nos dá, não devemos devolvê-los.
.
gORj
Aquele não era eu!
Um rosto bem mais moço e muito mais bonito ocupava o lugar das minhas antigas feições.
Com minha cara nova, sai de casa confiante, certo de que a partir dali teria as mulheres que sempre quisera. Uma nova vida se oferecia para mim.
Mas ele apareceu no meu caminho. Ele: o rosto que deixara de ser meu. Aquele rosto decrépito e feio.
Tive pena do homem que o vergava.
Pena e temor. Se ele me visse, sabe-se lá como seria a sua reação. O que faria ao me reconhecer, quer dizer, ao se reconhecer em mim?
Não esperei para saber. Fugi antes de ser visto.
Os presentes que a vida nos dá, não devemos devolvê-los.
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gORj
3 comentários:
Magritte+ Oscar Wilde como Dorian Gray = uma boa mini salada, temperada por Gorj, para ninguém botar defeito!
pois é, sem dúvida uma literatura surreal, belo conto!
bjs
Achei interessante o comentário da Ângela e faço minhas as palavras dela, muito bom, Wilson.
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