sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A BORDO



A Patrulha Marinha encontrou em alto-mar uma embarcação à deriva, sem nenhum tripulante. Dentro da cabine arrombada, em seu diário de bordo, o capitão desaparecido legara apenas o horror de suas últimas anotações.
Cheguei a pensar que a tripulação tivesse enlouquecido, quem sabe vítima de uma ilusão coletiva. Mas não: eu também vi. Era real, assustadoramente real. Tão real quanto eu, único sobrevivente. Sei que o perigo ronda lá fora. Depois de tantos gritos, esta noite escuto apenas o seu caminhar pesado sobre as tábuas do convés. A porta está trancada, barricada com tudo quanto é móvel; o rifle, carregado, não sai do meu lado. É chegada a hora. Os passos ressoam ao meu encontro...
[wgorj]

2 comentários:

Angela disse...

Pobre navio, devia ser um fantasma, não reagem a balas de rifle!

Cynthia Lopes disse...

Adoro navios fantasmas!
bjs