O Messias andava à procura de discípulos. Aproximou-se de um pescador:
— Largue essa rede e venha comigo. Eu o ensinarei a pescar homens.
— Homens?
— Almas. Pescaremos almas para o Reino de Deus.
— Não, obrigado. Prefiro continuar na minha pesca. Nessa, quem morre pela boca é o peixe. Na sua, é o pescador.
Não houve insistência. O Messias partiu em busca de outros pescadores.
A vida seguiu seu curso. Continuava o pescador lidando com o mar, quando lhe trouxeram a notícia de que aquele homem havia sido crucificado.
Quis saber por quê.
— Condenaram-no pelo que ele pregava — disseram.
E o pescador, enigmático:
— O peixe morre pela boca.
[gORj]
2 comentários:
acho que não entendi o que pretendeu contar.
De fato, Angela. É um miniconto meio enigmático mesmo. Talvez a moral implícita seja esta: pescar almas é uma pescaria perigosa.
Abs.
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