quarta-feira, 21 de março de 2012

A PESCA

O Messias andava à procura de discípulos. Aproximou-se de um pescador:
— Largue essa rede e venha comigo. Eu o ensinarei a pescar homens.

— Homens?
— Almas. Pescaremos almas para o Reino de Deus.
— Não, obrigado. Prefiro continuar na minha pesca. Nessa, quem morre pela boca é o peixe. Na sua, é o pescador.
Não houve insistência. O Messias partiu em busca de outros pescadores.
A vida seguiu seu curso. Continuava o pescador lidando com o mar, quando lhe trouxeram a notícia de que aquele homem havia sido crucificado.
Quis saber por quê.
— Condenaram-no pelo que ele pregava — disseram.
E o pescador, enigmático:
— O peixe morre pela boca.
[gORj]

2 comentários:

Angela disse...

acho que não entendi o que pretendeu contar.

W.G. disse...

De fato, Angela. É um miniconto meio enigmático mesmo. Talvez a moral implícita seja esta: pescar almas é uma pescaria perigosa.

Abs.