quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O RIO

Chove há dias. O rio se alarga, cada vez mais próximo de nossa casa.
Os vizinhos, prudentes, já abandonaram as suas.
Até a minha mulher fez o mesmo, indo para a casa dos pais.
Só eu fico. Fico aqui, à espera dele. Espero pelo rio. Esse rio do qual me mantenho afastado há anos. Desde aquele maldito dia em que suas águas levaram o que tínhamos de mais valioso.
Não. Daqui não saio. Que venha o rio. Quem sabe ele me leve para junto do meu filho.

Em italiano.

[w.G.]+Verbo21 + Simplicíssimo

3 comentários:

Anônimo disse...

Quanto menor o conto, maior o risco. A sua produção literária é excelente. No seu texto não há o menor sinal de burocracia, de rotina, de fórmulas recorrentes. Tudo parece muito vivo, brotado com naturalidade, agorinha mesmo. É sempre uma alegria descobrir um trabalho dessa qualidade. Abraço fraterno. Dennis ( dennis.d@uol.com.br )

Angela disse...

Amigo, que bom ter recebido este elogio do Dennis! Além de escrever excepcionalmente bem, para meu gosto, é extremamente exigente!
Concordamos em muitas coisas, inclusive quanto ao seu trabalho!

W.G. disse...

Dennis,

Também acompanho sua obra e a considero de excelente qualidade.

Fico, portanto, muito lisonjeado com o seu comentário.

Você, como ninguém, deve saber que essa naturalidade é conquistada a custo de muito labor. Apenas a idéia brota "agorinha mesmo". Depois é aquele processo de lapidação que, aposto, você também deve conhecer, haja vista que os seus textos são bem lapidados.

Espero que o Muro possa contar sempre com a sua visita.

Abraços.

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Angela,

Acrescente mais este agradecimento aos muitos que lhe devo.