O discípulo volta para perto do Mestre.
- Estão procurando pelo senhor.
- Quem?
- Dois homens. Não os conheço.
O Mestre acaricia a barba branca. Diz:
- Sei o que querem. Vieram me matar.
- Mas por que, Mestre? O que o leva a essa certeza?
- Há dias sonho com isso. Hoje encontrarei a minha morte.
- Fujamos, então. Sairemos pela porta dos fundos.
- Não adianta. Um deles já está lá, à minha espera.
E completa, sereno:
- Prefiro morrer pela porta da frente.
- Que coragem a sua, Mestre. Que coragem.
- Quando você tomar o meu lugar, espero que a tenha também.
- Não se preocupe, Mestre. Coragem, já tenho.
- Não, não tem. Se tivesse, você mesmo me mataria.
- Eu?!
- Seria mais decente. E pouparia o dinheiro gasto com esses dois assassinos.
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[gORj]
Um comentário:
Parabéns Wilson! Digno de Nasrudin.
Muito bom.
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