quarta-feira, 19 de outubro de 2011

TUBARÕES

NADA AO LADO

No bote, o náufrago mira o céu: nuvens, gaivotas, o azul. Teme olhar para o lado e rever a enorme barbatana que há horas o acompanha.



*


ÁGUAS DO SONO

Sonhou um naufrágio. Sozinha em alto-mar, flutuava amparada aos destroços do navio. Barbatanas à vista, enormes vultos próximo à superfície. Desespero, gritos. Encontraram-na estraçalhada. Os lençóis encharcados de sangue.


*


ATIVISTA

Abriram a barriga do tubarão branco. No convés, tripas, plástico... e o que era aquilo? Uma carteira de couro. Dentro, a carteirinha do Greenpeace.


* * *


[gORj]

3 comentários:

Evilanne disse...

Muito bom ver como um mesmo assunto pode ser tratado de formas diversas em microcontos =)

Angela disse...

Wilson amigo,
andou tendo pesadelos?
Só faltou lembrar os políticos antigos que também eram chamados de tubarões, mas não é do seu tempo...

mural do ajosan disse...

Como sempre ótimos seu micro-contos, amigo Wilson, mas o primeiro (nada ao lado)...!!! muito bom.