No entanto, por mais que se aferrasse ao presente, era o passado que tomava conta de seus sonhos.
Sonhava com sua infância. Com a casa onde nascera e, por muito tempo, fora feliz. Entendeu com isso que, antes de morrer, deveria vê-la pela última vez.
Deste modo, empreendeu sozinho a viagem de carro rumo à cidade natal.
Durante o trajeto, tentava recompor o lar querido em todos os detalhes. Lembrou-se de cada cômodo da casa. Recordou-se também da varanda e, principalmente, do quintal onde havia a velha mangueira. Do galho pendia um pneu amarrado a uma corda. Ah, o pneu. Seu coração balançava nessas doces lembranças.
E balançou até cair. Teve um baque ao chegar.
No endereço, não encontrou mais a antiga residência.
Em seu lugar - triste ironia - haviam construído uma loja de pneus.
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[wgorj] ______________________In: Quem? Contos Selecionados - CBJE.
Um comentário:
Tudo muda, até os brinquedos... também ficam adultos!
E como as casas da infância ficam pequenas, não é?
Você consegue ser triste sem ser!
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