Uma entrevista realizada por Mayrant Gallo.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Ondina
“Cada onda é uma ondina que nada na corrente, cada corrente é um caminho que serpenteia até o meu palácio, e meu palácio está feito de matérias fluidas, no fundo do lago, no triângulo do fogo, da terra e do ar.”
“Escuta! Escuta! Meu pai, coaxando, fustiga a água com um ramo de amieiro verde; e minhas irmãs acariciam com seus braços de espuma as frescas ilhotas de ervas, de nenúfar, de gladíolo, ou zombam do salgueiro decrépito e barbado que pesca com uma vara.”
Terminada a canção, suplicou-me que pusesse eu seu anel no meu dedo para ser esposo de uma ondina, e visitar com ela seu palácio e ser o rei dos lagos. Como eu respondesse que amava uma mortal, zangada e despeitada verteu algumas lagrimas, soltou uma gargalhada e desvaneceu-se entre aguaceiros que escorriam claros em meus vidros azuis.
Aloysius Bertrand
Do livro Gaspar de la nuit (1842).
Para aplacar a sede
- Bom dia, disse o principezinho.
- Bom dia, disse o vendedor.
Era um vendedor de pílulas aperfeiçoadas que aplacavam a sede. Toma-se uma por semana e não é mais preciso beber.
- Por que vendes isso? perguntou o principezinho.
- É uma grande economia de tempo, disse o vendedor. Os peritos calcularam. A gente ganha cinqüenta e três minutos por semana.
- E o que se faz, então, com os cinqüenta e três minutos?
- O que a gente quiser...
"Eu", pensou o principezinho, "se tivesse cinqüenta e três minutos para gastar, iria caminhando passo a passo, mãos no bolso, na direção de uma fonte..."
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Antoine de Saint-Exupéry,
Do livro O Pequeno Príncipe.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
domingo, 13 de janeiro de 2008
DESPOJOS DE GUERRA
_________________________________________________O Andarilho Noturno - Munch
O pai de Karin foi preso bem no dia 7 de maio de 1945. Ela tinha 6 meses. Os soviéticos queriam a forra de Lenigrado sem vergonha e o mandaram pra Sos’va. Ninguém soube o que fez, a ponto de envergar todas as unhas para sempre. No dia em que ele voltou, dez anos depois, com os últimos prisioneiros que Adenauer foi buscar em Moscou, a mãe de Karin tinha ido drenar pântanos perto de Oth-Marschen. Quando Karin viu aquele homem parado na porta, foi logo oferecendo um prato de comida, pois era o certo de fazer com estranhos na época.
(Hamburgo - Alemanha - 1998)
Fernando Bonassi
(Hamburgo - Alemanha - 1998)
Fernando Bonassi
Do livro Passaporte.
GRATIDÃO
Pitigrilli
Do livro O Colar de Afrodite.
A VERDADE NA MATA
MORAL: NÃO ADIANTA NADA GANHAR CERTAS APOSTAS.
Millôr Fernandes
Do livro Fábulas Fabulosas.
Do livro Fábulas Fabulosas.
O ESTRANGEIRO
- Não tenho pai, nem mãe, nem irmã, nem irmão.
- Dos teus amigos?
- Eis uma expressão cujo sentido até hoje ignorei.
- Da tua pátria?
- Não sei a latitude em que está situada.
- Da beleza?
- Amá-la-ia de boa vontade, divina e imortal.
- Do ouro?
- Odeio-o tanto como vós a Deus.
- Então que amas tu, singular estrangeiro?
- Amo as nuvens... as nuvens que passam... lá longe... as maravilhosas nuvens!
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Charles Baudelaire
Do livro O SPLEEN DE PARIS.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
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